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sábado, 6 de junho de 2015

Lara Violenta

Os óculos escuros serviam para esconder o olhar sonolento, pois havia dormido durante um dia inteiro devido ao medicamento receitado para controle de ansiedade, que induzia ao sono como efeito colateral de ingestão em excesso, no entanto, o sono provocado pelo medicamento havia dado espaço a uma fome agressiva... e sentir fome, deixava Lara violenta. 
O anel de safira azul permanecia no dedo do meio, e o mesmo era o primeiro a ser percebido ao acenar a garçonete... reluzia ganhando destaque e os olhares dos demais clientes.
Ovos, bacon, tomates, feijão, salsicha, cogumelos e azeitonas, acompanhados de um copo grande de café para o desjejum, talvez panquecas com calda para finalizar, mas só pensaria nisso depois. Alguns goles no copo de café enquanto aguardava a refeição e pensou em voltar ao carro para pegar sua arma que ficou embaixo do banco... Ela não saberia dizer precisamente o que lhe afligia no momento, mas sua intuição não identificava nenhuma porra de sensação que fosse satisfatória para aquele dia... poderia ser pelo mau humor, por dormir demais ou ainda pela noite anterior em que discutiu com Yvan... um francês oponente no clube de cartas. 
O cozinheiro estava um pouco distraído com o programa que exibia sem censura uma senhora que sofria de uma grave doença nas mãos, que a impedia de mover os dedos... ao que tudo parecia era um caso medonho de artrose, no entanto, com o som baixo para o gerente não descobrir, tornava impossível saber qual o real problema daquela senhora. Enquanto a senhora se queixava das dores, o cozinheiro não parava de pensar em como a pobre senhora se masturbava com dedos tão atrofiados, com os nós das falanges tão inflamados e inchados, o que consequentemente o impedia de preparar as refeições com atenção. Um ovo passado do ponto, um feijão meio frio, tomates murchos e bacon torrado eram o resultado do show de depravação que o cozinheiro criava em seu imaginário.
Em uma segunda vez, Lara atravessa a porta de entrada da lanchonete, tocando o sino e interrompendo a garçonete que se insinuava exibindo os seios para o gerente no almoxarifado. Ela se apressa para atender o cliente e percebe que é a mesma ruiva de óculos escuros que voltou ao acento e pediu mais café para aguardar a refeição, parecia impaciente e sacudia os joelhos enquanto olhava pela janela.
Como se já não bastasse a fome, a demora e a comida ruim, o molho de pimenta é derrubado durante a entrega da refeição, fazendo com que Lara aguardasse ainda mais por um novo prato, deixando-a ainda mais impaciente...isso tornava Lara ainda mais violenta. 
Após tantas horas de sono, Lara despertou com muita energia e para equilibrar estas sensações contraditórias, acendeu sua erva, abrindo o seu apetite intensamente. Sua impaciência exibia sinais corporais além dos joelhos sacudindo, sendo seguidos de longos suspiros e o bater de unhas na mesa de madeira... essa tensão, obrigou a garçonete a agilizar sua refeição, servindo purê, feijões, ovos de gema mole e cogumelos, substituindo a refeição inicialmente requerida.
A garçonete olhou uma última vez o anel de safira azul no dedo de Lara, antes de dar continuidade a sua sedução secreta no almoxarifado, sendo novamente interrompida pelo sino da porta. Desta vez um homem alto, de bigode, vestindo terno e exalando colônia de grife atravessa a porta, se une a Lara e acena pedindo a conta, ignorando o andamento de sua saciedade. Ele disse qualquer coisa em voz baixa, deixou o dinheiro na mesa para a garçonete pegar e saiu, entrando novamente em seu Bentley branco. Lara saiu da lanchonete e entrou no Bentley branco, sendo conduzida pelo homem de terno e deixando seu próprio carro para trás.
Horas mais tarde, a garçonete que ajeitava sua blusa amassada, corria para o salão da lanchonete ao ouvir o sino da porta e percebeu através da janela central que o carro da ruiva havia sumido do estacionamento... enquanto isso, um jovem ofegante usava o telefone, gaguejando e suando muito, denunciando à polícia uma ocorrência no meio da estrada, envolvendo um homem trajando terno, baleado em um Bentley branco, com o para-brisa pintado de sangue e escrito em imperativo: "Tire as mãos da safira azul"
Isso deixava Lara violenta.

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