sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
No caminho das Pedras...
sexta-feira, 1 de maio de 2009
O novo membro da família...
A circunstância era de fácil definição, talvez Papito não quisesse entender...
Assim que os dois comparsas de Guillermo, saíram pela porta, atirando contra o bando de Papito, atirei duas vezes, um caiu e o outro correu. Se o bando atirasse, eu levaria um ou dois tiros com certeza; se um deles dois me visse, mesmo fugindo dos tiros, viriam atrás de mim e me matariam, ou seja, atirei para me salvar... Papito preferiu acreditar que eu o salvei sendo a primeira a atirar.
Estacionamos na frente de uma casa de muro alto e muitas árvores na calçada, entramos...
A casa era grande, bonita e ostentava riquezas, quase me esqueci de Papito se não fossem por seus urros de dor. Haviam, talvez, seis ou sete mulheres na casa, voluptuosas e esbeltas, porém, uma bem magrinha e de aparência frágil, tomou a generosa atitude de cuidar do ferimento de bala. Ele tomou três longos goles de um whisky que trouxeram e queixou-se menos da dor: -Droga de tiro!!! Irado, definia seu humor, jogou um copo na parede e mandou as mulheres saírem de sua frente: - Essas daí pra nada servem, apenas despesas!!! Suas vadias!!!!! Mas você não... você me salvou... devo minha vida a você...
Não estava preocupada com o que ele dizia, eu assistia atenta, a frágil menina que tratava com perícia o ferimento de bala... - Agora você é a rainha deste lar Senhorita!! Ganhei um reinado sem fazer muito esforço, todos esses acontecimentos, sem intervalo estavam me deixando um pouco confusa... um banho, um gole de conhaque e um cigarro, iriam me ajudar a por as ideias no lugar. Estar sozinha agora seria essencial.
Uma das namoradas de Papito me mostrou a suite que agora me pertencia... toalhas, roupão de banho e roupas de cama eu achei em um closed... pra quem morava numa casa de madeira, em uma favela brasileira, se acostumou fácil a boa vida. Eu não sabia, quanto tempo minha sorte duraria, mas com certeza, eu estava pronta pra usufruir cada segundo dela. Assim que acordei, acendi um cigarro e terminei de digerir minha nova realidade. Assim como em um serviço de quarto de um hotel cinco estrelas, o café veio servido no quarto, duas garotas traziam dois carrinhos de comida, Papito foi o último a entrar no quarto... que surpresa. Tomamos café juntos, preferi ficar em silêncio, ele me encarava enquanto comia, eu podia ouvir sua respiração ansiosa... -Está gostando daqui? - Ainda não sei... não tive tempo de me adaptar... - Você está livre pra entrar, sair e ordenar a hora que quiser. Agora tudo isso te pertence... sua voz falará tão alto quanto a minha... sua graça... - Dakota Zúria.
Chegava a ser um tanto patético a gravidade com que ele via a situação, toda essa gratidão desmedida, me parecia tola e ignorante, além do mais, quem dos comparsas dele nunca deram a vida por ele? Eu não sabia o que ele pretendia com essa atitude, mas eu deveria me preparar...
Papito topava qualquer negócio por dinheiro, assassino de aluguel, cobrador de dívidas, apostas, roubos de carros, venda de drogas, fabricação de remédios ilegais, pirataria, venda de animais selvagens, casas de prostituição, contrabando de armas, falsificação de documentos e por aí vai... começou sozinho, não fazia tudo isso, mas com o tempo, montou equipes e conheceu pessoas que contratou para diversas funções, normalmente indicados por pessoas de sua estima e confiança, no mínimo, seis tretas por dia, várias equipes atuando nas ruas e em galpões...
Não sabia se estava pronta para me envolver com tantas coisas ao mesmo tempo... faz tempo que ando no limite, novamente, não tenho nada a perder.
sábado, 25 de abril de 2009
Devaneios à parte...
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Duas carnes pra jantar...
Papito não gostava da ideia de me armar, tinha medo de que eu tentasse algo contra ele, não dizia, mas era notório seu pensamento:
- Papito, esse é um acerto de contas... você está acompanhado de cinco comparsas, nada vai te acontecer. Se o sabor da vingança for tão bom quanto penso, faço votos pra que encontremos Guillermo ainda hoje.
Ele ficou pensativo, minha justificativa era plausível... lançou-me na mão o poder e descemos do carro. Me senti dona do meu mundo novamente, a justiça era minha, e não acabaria antes dele pedir pra morrer. Doeu... eu lia isso nos olhos dele, nas lágrimas dele, nos gritos dele. Eu ofegava cansada, enquanto Papito e sua trupe aguardavam com paciência, revezavam pra segurar o condenado pra mim; cuspi, chutei, soquei... é, era minha primeira vez, tinha o direito de aproveitar, que sangrasse até morrer ... Me diverti por três longas horas, os faróis do carro iluminavam a tortura e Papito pediu-me piedade... tive vontade de rir, pensei que fosse piada, mas ele suava e parecia tenso. Ajeitei meu cabelo, tomei fôlego e dei quatro tiros na cabeça do infeliz. Trouxeram-me um cigarro aceso, vamos embora, ainda falta um...
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Na oblíqua Maracaibo - parte II
Omar estava tenso e aos tapas fez um deles voltar ao carro e levar até o galpão que ficava escondido pelo beco... ele se aproximou de mim, não parecia feliz como os outros, segurou a arma, mas dessa vez não apontou, e disse friamente:
- Minha informação.
- Não completamos o show Papito, só posso adiantar que sei onde pode encontrar o Guillermo.
Guillermo era o futuro cadáver de Papito, porque o denunciara a polícia. Uma transação mal sucedida e o inferno estaria estabelecido. Vinganças eternas seguindo gerações era comum por ali. Papito nem sabia o que pensar, ficaria feliz ou desconfiado? Pagaria pra ver, e mataria se não gostasse do que viu, era um risco que eu deveria correr, mas que se dane, eu não tinha nada a perder. Ele idealizou mais uma morte...
Fomos para o galpão caminhando devagar, o carro passaria por um processo de radical mudança, ele se tornaria um carro novo, placa, documentação, cor... o celular de Papito toca, ele fala baixo e esconde o rosto enquanto fala, não dava pra ouvir direito, mas falou comigo...
- Qual a cor? qualquer uma, rápido!
- Verde musgo! Do carro?
Ele não respondeu, não me importei... chegando no galpão, um outro universo!! Um lugar imenso, com vários carros, uma imensa oficina... e muitas pessoas trabalhando ao mesmo tempo, parecia incrivelmente organizado, porém, criminoso. Meu carro estava quase pronto, os segundos estavam rapidos demais para o que estava por vir, o desfecho da negociação. Idealizei o fim...
domingo, 12 de abril de 2009
A velha Copa...
Nos cinquenta e nove minutos que me restavam, caí em devaneios por pelo menos vinte, e lembrei de quando a vida virou de ponta-cabeça.
Do elevador dava pra sentir o cheiro da erva; Só haviam dois apartamentos alugados naquele andar, de um lado uma senhora distinta, pelo que me disseram, uma boa pessoa; do outro lado, a república a qual eu começaria a fazer parte naquele momento. Estava com a mochila nas costas e não tinha pra onde ir, então Ginger me indicou, ela dizia:
- Minha casa é pequena e você com certeza não aguentaria o Pepe.
Pepe era o namorado metido a filósofo, até seu bom dia vinha acompanhado de um conceito, cara cansativo aquele, eu o conhecia pouco, mas o suficiente pra não suportá-lo por mais de duas horas. Tocamos a campainha duas vezes, as vozes e as musicas estavam altas demais lá dentro... uma moça atendeu. Sorridente, nos deixou entrar e cumprimentou Ginger com intimidade. Ao nosso lado, uma cozinha, um corredor comprido à nossa frente acolhendo os quartos e a sala e no caminho, um banheiro modesto. Seguimos o corredor, e haviam pelo menos dez pessoas na sala, me pareceu uma festa, durante as apresentações soube que, apenas um não morava ali. Eram quatro quartos divididos por homens e mulheres, todos com a mesma profissão: garotos e garotas de programa.
A dona do apartamento, no meio da empolgação dos demais, explicou-me que o apartamento era dela, sublocava os quartos e dividia as despesas, afim de manter a organização. Tudo era dividido, sabonetes, comida e drogas; o dinheiro era entregue na mão dela no início do mês, ela e mais duas meninas conseguiam tudo. Era proibido realizar programas na casa, correndo o risco de ser expulso da república, devido aos vários comentários que os vizinhos poderiam vir a fazer para a sindica, perdendo então o apartamento e acabar presa, porém, não era proibido transar por lazer na casa.
Arrumei minhas coisas no armário enquanto a festa rolava, havia pó na mesa, loló em copos, baseados acesos e um pote de ecstasy. Todos estavam chapados de drogas e bebidas, pensei comigo, que seria melhor que encarar as ruas de copacabana, e me inteirei na festa. Seria inútil fugir daquilo tudo, mas não venderia meu corpo. Falavam alto e se alisavam sem pudor, cheguei a sentir certa pena de ter que abandonar o meu.
Joguei cartas, bebi cerveja, fumei maconha...e pareceu encantador saber que a festa estava sendo oferecida a mim como boas vindas,...fui alisada...não me importei. Dei-me conta de que Ginger não estava mais ali, me disseram q ela esta no quarto com
Jonas, o prostituto da elite.
Enquanto todos faziam pontos em ruas ou casas de prostituição, Jonas selecionava suas clientes pela internet e celular, a preferência eram as mais ricas. Passava o dia em casa ou na academia e a cada ligação, um nome novo ou repetido preenchia a agenda.
Durante a festa, após tanta maconha, pó e birita, me empolguei com o jogo de cartas, Jonas sussurrou no meu ouvido uma pergunta que arrepiou minha nuca:
- Me permite mostrar meu talento?
O sorriso se estampou largo no meu rosto respondendo por si só q sim...
O Mustang vermelho chega dando cavalo-de-pau no meio do campo aberto, reabrindo as negociações...
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Na oblíqua Maracaibo...
O cheiro daquele lugar, não me trazia boas lembranças e por isso, sentia náuseas. O ambiente devia despertar medo em qualquer um, mas eu não tinha nada a perder. Segui pelo beco até chegar a um campo aberto,o trajeto inteiro havia lixo. Na outra extremidade do campo, estavam os que me esperavam, e como sempre, tensos e prontos para atirar; se qualquer entidade bondosa surgisse no escuro do beco e avançasse até o campo, morreria em fração de segundos, não haveria desenrolo. Toda e qualquer reação emotiva que existia em mim, estava adormecido desde que Ginger morreu...
Era assim que ela gostava de ser chamada, Ginger, como Ginger Rogers, a atriz de filmes antigos.
Eles não estavam nada felizes com a minha presença, devido ao aviso repentino seguido da minha chegada, Armaram-se até os dentes, ao todo treze, na maioria homens. Adiantei o assunto pelo celular...gritaram, espernearam e eu continuava a caminho. Assim como a um trovão, nada me impediria de seguir em frente:
- A senhorita pode me dizer agora, o que eu ganho concedendo seus três desejos? Porque, não estou nada satisfeito com sua visita surpresa, e ligar avisando da sua chegada no início do beco, não é válido como um agendamento.
A arma estava apontada para minha testa enquanto eu acendia um cigarro, não fiquei intimidada, porque o que havia de mais valioso para ele estava comigo, uma informação.
- Em troca eu digo o que mais quer saber...
- Como sabe o que quero saber? Não sei o que aconteceu, mas a sua confiança está começando a me incomodar...
- Chega de papo! E quanto ao pedido?
- Tudo pronto em uma hora... minha informação?
- Em uma hora.
domingo, 29 de março de 2009
Violetas em Bogotá
Deixei o prédio com a certeza de que já pertencia ao passado, carregava na bolsa a tira-colo o que nos pertencia, e nada mais me importava, o resto era silêncio. Chupei uma bala no metrô ouvindo o celular tocar, que se dane, não estou pra ningém, repito, o resto é silêncio. Eu via o reflexo dela no vidro da janela, o pesar no coração era imediato, já sentia sua falta, aquela música contagiou.
Pede-se Beatles na mesa do bar, eram os tais que me aguardavam dentre cervejas e conclusões. Meu olhar dizia tudo, é hora de trocar a música e brindar a tristeza. A mesa era silêncio. Não ousariam perguntar, eu não ousaria responder, a mente era silêncio. Puxei da bolsa o livro que era nosso, afastei os copos e o silêncio e atraí os olhos ao centro da mesa. Na contra-capa um papel, no papel um conceito, no conceito um paraíso descrito como violetas em Bogotá, um desenho.
Alguns pediram a saideira depois disso, outros não queriam que a noite acabasse, arrastar aquele dia durante toda a semana seria demais para nós, temos que viver a falta agora pra vida continuar, e toda lembrança que perduraria seriam violetas em Bogotá...
quinta-feira, 26 de março de 2009
Com carinho: O pecado.
Fumei mais um daqueles cigarros que se fazem à mão.
Me mantive sentada do lado de fora do apartamento esperando o encerramento dela. Que poderia fazer? Era de sua vontade! Se Deus cria o livre arbitrio, quem seria eu para evitá-lo mais do que tentei?
Nunca se cogita enquanto criança que algo deste tipo vá acontecer. Enquanto você descobre que, para cada palavra que acabou de aprender a pronunciar há pouco, significa um ano a mais entre quatro paredes, e quarenta pessoas falando igual a você ao mesmo tempo, durante os próximo longos anos que virão de estudos. Numa época em que você diz coisas idiotas como, batom de galinha, se referindo a gordura da comida na sua boca, só pra fazer sua mãe sorrir. Durante esses anos de idiotices que não dá pra não achar graça... em momento algum, passa pela cabeça de alguém que você deve permitir que as pessoas errem.
Meu cigarro já estava acabando, o dia também, o corredor começava a ficar escuro, e eu ali...
Aguardando. E depois? Que iria fazer? Bebi mais um gole de Vodka e tentei continuar sem pensar em nada, que se dane, o que vier depois eu penso depois.
domingo, 22 de março de 2009
Subversivos...
Não haviam mais móveis. Estava oca por dentro, e aquele eco escroto de solidão. A música... estava na cabeça, tocava e tocava incessantemente, era exaustivo, mas não conseguia controlar, surgia vez após vez.
Aguardava o fim de frente para o notebook, nos minutos finais mantinha a relação de necessidade e desprezo com o notebook velho e arranhado... - Um veneno!! Dizia transtornada.
A campainha toca, e em seguida a porta se abre:
- Tudo certo?
- A qualquer momento me vou. não posso, não consigo mais, chega!
- Tem certeza? Ainda pode voltar atrás... eu te ajudo.
- Não diga, quanta piedade... será essa a resposta? existe resposta? o que aconteceu? o que está acontecendo?
- Não posso responder tudo, vou esperar lá fora.
-... a música ainda tá tocando...
A luz que vinha da janela começava a incomodar, como tudo que existia. Grande merda, devia se escrever em letras garrafais nos antebraços das pessoas. Por exemplo: Olha comprei uma coisa inutil da qual vou me desfazer em alguns meses. Responde-se: GRANDE MERDA!!!
Sem cartas de despedidas, sem adeus, algo discreto, se quer morrer que morra logo, não anuncie ou algo será feito.
As náuseas começaram, o sangue não parava de escorrer dos pulsos... - Eu sei o que estou fazendo... de nada vale isso.
Qual o propósito? de um suicidio? da honestidade? da ganância? da existência?
- Nenhum filósofo elaborou a resposta coerente da qual eu preciso, e minha busca acabou nisso. De repente eu descubra depois, de repente eu descubra agora...
Nem Deus poderia dizer ao exato, quantas drogas sintéticas agiam naquele corpo naquele momento,nem ela sabia dizer...
Valor, qual o valor de tudo aquilo? qual o valor de tudo que viveu, ela não responderia com drogas ou sem, e não responderia mais...
domingo, 15 de março de 2009
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
http://www.europafilmtreasures.eu/PY/252/see-the-film-ki_ri_ki_-_japanese_acrobats
Trois films de Prévention du dessinateur O'Galop - 1918
http://www.europafilmtreasures.eu/PY/275/see-the-film-public_health_designed_by_ogalop